quarta-feira, 7 de abril de 2010

Dos olhares de professor ao olhar de aluno...

A adoção de uma perspectiva interdisciplinar permite usar o padrão de ocupação do espaço como ponto de partida para a análise de uma série de conteúdos programáticos. Esse tipo de abordagem concilia várias disciplinas, consequentemente, auxilia o aluno a perceber que ocupação humana numa região depende dos recursos naturais disponíveis e da forma como estes são explorados. Assim sendo, é possível analisar os fatores biológicos, geográficos e os aspectos sócio-econômicos que interferem na ocupação de uma localidade.
Desde o ano de 2001, o Instituto Educacional Mayrink Vieira vem desenvolvendo projetos que seguem esse tipo de premissa. Utilizando o espaço natural e social de Ipatinga criaram-se momentos de discussão e análise de aspectos do cotidiano que envolvem diversos conteúdos previstos nos programas das disciplinas.
Essa alternativa pedagógica visa, principalmente, despertar nos alunos a conscientização a respeito dos valores da cidadania, promovendo a integração entre o conteúdo curricular e o contexto sócio-ambiental do município. Entretanto, à medida que as atividades foram sendo desenvolvidas, surgiram outras possibilidades inexploradas de uso do município como espaço pedagógico.
Espera-se, também, que esse tipo de projeto seja capaz de despertar nos alunos a habilidade de observação, elaboração de hipóteses, análise de fatos, estabelecimento de correlações e, na medida do possível, proposição de soluções. Uma vez estimuladas essas habilidades, acreditamos que os conteúdos tornam se mais assimiláveis para os alunos, sendo que a aprendizagem será mais efetiva.
Assim sendo, propusemos para 2010, a produção de um blog, por meio do qual serão analisadas de algumas questões relativas ao município de Ipatinga. Espera-se que os alunos consigam compreender a dinâmica da urbanização de uma região a partir do estudo da cidade em que moram.
Gostaríamos de agradecer àqueles que contribuíram para a concretização dessa ideia, em especial
- a todos os alunos que desde 2001 nos ajudaram a conhecer a nossa cidade
- às professoras Leida, Marilene, Márcia Adriene e Stela por abraçarem esta causa desde o primeiro momento
- ao Sr. Maurício Mayrink diretor do Instituto Educional Mayrink Vieira pelo apoio.
- ao professor Sávio, por fazer da história do Vale pura arte.

Elvira Leite - professora de Geografia
Raquel Sales - professora de Biologia

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Entrevista com pessoas que moram em Ipatinga menos de 5 anos

Ipatinga vem mudando de uns tempos pra cá, e junto com isso novos moradores chegaram à cidade. Infra-estrutura e oportunidades de emprego podem ser fatores que ajudaram essas pessoas a decidir o próximo lugar de viver. Abaixo estão entrevistas com algumas pessoas que vieram para Ipatinga nos últimos 5 anos.
Vitória Marques
Vitória Emília Gomes Marques, 18 anos.
- Onde você morava antes de vir para Ipatinga?
Bonfim, MG.
- A quanto tempo você mora aqui?
3 meses. -
Com que finalidade você veio?
Estudar.
- Qual foi a sua primeira impressão de Ipatinga?
Uma cidade quente, mas muito organizada em relação a localização dos bairros e com áreas de lazer bem cuidadas, como o Parque Ipanema.
- Qual sua opinião sobre a infraestrutura da cidade? E o que pode melhorar?
É uma cidade de certa forma planejada e não vejo problema algum com saneamento nos locais em que frequento, porém, o transporte público nos horários de pico é insuficiente para o grande contingente de pessoas, logo um aumento do número de ônibus nesses horários seria bom.
Thyago Fidéllis
Thyago Fidéllis, 21 anos
- Onde você morava antes de vir para Ipatinga?
Canela, RS.
- Desde quando você mora em Ipatinga?
Desde Maio de 2009
- Por qual motivo você veio morar aqui?
Casualidade
- Qual foi sua primeira impressão ao chegar em Ipatinga? A cidade está descuidada, com muito lixo, principalmente na região central.
- O que mudou na cidade desde a época em que chegou aqui até os dias atuais?
Não mudou nada
- Qual sua opinião sobre a infraestrutura da cidade? E o que pode melhorar?
Boa infraestrutura, mas precisa melhorar o controle do tráfico.


Juliana Gomes e Ângela Corso

Ângela Maria Gomes Corso, 44 anos.
- Onde morava antes de vir para Ipatinga?
São Bernardo do Campo, São Paulo.
- Desde quando você mora em Ipatinga?
Desde dezembro de 2006.
- Por qual motivo você veio morar aqui?
Terminar a construção de um imóvel.
- Qual foi sua primeira impressão ao chegar em Ipatinga?
A cidade está mais arborizada, muitos prédios que antes não existiam, diversão gratuita como Parque Ipanema, bem pavimentada, com grande fluxo de automóveis e bairros com vários comércios, bancos, farmácias e etc.
- O que mudou na cidade desde a época em que chegou aqui até os dias atuais?
Não mudou quase nada.
- Qual sua opinião sobre a infraestrutura da cidade? E o que pode melhorar?
Má infraestrutura, principalmente em relação á saúde e educação. O transporte coletivo poderia ter mais linhas, porque existem poucos horários disponíveis. Poderia melhorar o atendimento no hospital municipal.


Juliana Magda Gomes Martins, 16 anos
- Onde morava antes de vir para Ipatinga?
Coronel Fabriciano, Minas Gerais.
- Desde quando você mora em Ipatinga?
Desde fevereiro de 2008.
- Por qual motivo você veio morar aqui?
Estudos.
- Qual foi sua primeira impressão ao chegar em Ipatinga?
A cidade é mais desenvolvida que Coronel Fabriciano, com boa pavimentação, com Shopping Center e muitas árvores
- O que mudou na cidade desde a época em que chegou aqui até os dias atuais?
Aumento da violência, principalmente nos bairros com menor desenvolvimento.
- Qual sua opinião sobre a infraestrutura da cidade? E o que pode melhorar?
A infraestrutura precisa melhorar na área da saúde e da educação, pois esse é um problema que grande parte da população enfrenta



Entrevista com Genivaldo, morador de Ipatinga há mais de 40 anos

Entrevistador: O que fez o(a) senhor(a) a migrar para esta cidade?
Entrevistado: A procura de serviço né, trabalho. E chegando aqui me indicaram logo a Usiminas. Fiz teste, passei e fichei pela Usiminas



Entrevistador: Na época que você chegou a esta região, comparada com as outras vizinhanças, prosperava? Era previsível o crescimento observado hoje?
Entrevistado: Prosperava por causa da Usiminas né. Ipatinga ainda não era cidade, pertencia à Fabriciano. Logo em seguida que virou cidade. Então era tudo por causa da Usiminas, não dava para saber que viraria o que é hoje.


Entrevistador: Quais foram as principais mudanças que ocorreram após a implantação da ferrovia e da Usiminas?
Entrevistado: Foi bom porque criou a via para Vitória, e melhorou a infraestrutura da cidade. Eu não sei se você sabe mas era pra Usiminas ter ido para Valadares, o prefeito e os rabalhadores que convenceram a vir pra cá.


Entrevistador: Quais foram as principais atividades econômicas durante a construção delas?
Entrevistado: O comércio de aço transportado pela linha férrea né.


Entrevistador: Quais eram suas expectativas em relação ao futuro dessa cidade? Elas se realizaram?
Entrevistado: Minhas expectativas eram o que Ipatinga se tornou hoje. A cidade cresceu, melhorou, os salários aumentaram, já se compara a nível nacional.


Entrevistador: Quais são, na sua opinião, os pontos negativos da cidade?
Entrevistado: O que me vem à mente é que com o crescimento da cidade houve também aumento da criminalidade, tanto que hoje já é considerada cidade grande e imigra muita gente pra cá: japonês, alemão, inglês, baiano, carioca...., então já tem muita gente


Entrevistador: O que você considera ser as melhores qualidades de Ipatinga?
Entrevistado: As melhores qualidades de Ipatinga são a estrutura, o bom ensino. Nós temos reconhecimento no tratamento de esgoto. Nós temos um time que já chegou a disputar a série A.... cultura... o Parque Ipanema... a lagoa Silvana.... a Usipa que é um clube muito bom.


Entrevistador: Você recomendaria para seus filhos, netos e parentes a moradia fixa aqui em Ipatinga? Por que?
Entrevistado: Sim, pois o nível de qualidade de Ipatinga é difícil de achar em outra cidade. Eu também acho que não vai demorar a chegar uma faculdade federal por aqui e melhorar mais ainda o ensino.


Entrevistador: Como era a infraestrutura de Ipatinga há 40 anos?
Entrevistado: Muito ruim. Quando eu cheguei não tinha estrada, não tinha asfalto, passava porco no meio da rua. No centro a gente via o povo morrendo de fome ali


Entrevistador: Fale sobre o massacre ocorrido
Entrevistado: Bom, aquele massacre aconteceu porque a Usiminas tinha muito influência na cidade. Ela que providenciava a maioria dos empregos, assim como hoje. Aí houve uma briga entre a polícia, que era muito rígida e a vigilância da Usiminas, que não era estruturada como hoje.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Entrevista com a historiadora Marilene Assis Tuler Ramalho, autora do livro: O Massacre de Ipatinga - Mitos e Verdades.


Grupo: Como tudo começou?
Marilene: Ipatinga praticamente não existia, era uma vila constituída de fazendas, em virtude da estrada de ferro e a proximidade do Pico do Cauê, que produz minério de ferro, decidiram pela construção da Usiminas. Foram compradas terras e feitas divisões. Projetaram a Usiminas no centro da cidade, a gente chama isso na sociologia de complexo socioeprofissional. A cidade é projetada para separar as pessoas de acordo com a profissão. Nos anos 80 tinha uma diferença visível, “o lado de cá” ainda não tinha nada, não possuía nenhuma infra-estrutura urbana, pois não havia rede de esgoto nem asfalto. A Usiminas cuidava dos “bairros do lado de lá” (Cariru, Castelo e Horto), então o acordo era que, ao invés da empresa pagar impostos para a prefeitura era ela quem cuidava de seus bairros. Tratamento de água “do lado de lá” tinha, mas “do lado de cá” era precário.

Grupo: O que determinou a ideia de implantar um sistema ferroviário em Ipatinga?
Marilene: A ferrovia passou aqui porque descobriram minério de ferro no pico do Cauê. A princípio não passaria por aqui, ela seguiria o Rio Doce, quando chegasse ao Naque, subiria o Rio Santo Antônio rumo a Diamantina. Isso é mostrado no filme “O trem do Vale”. Assim que descobriram o minério, resolveram desviar o curso da ferrovia. Isso tudo tem a ver com interesses ingleses, pois era época de imperialismo inglês e a Inglaterra precisava de minério de ferro.Com o desvio, o Vale do Aço passa a existir em função da ferrovia, daí a importância dela na nossa história.

Grupo: Quais as diferenças entre os lados da linha do trem?
Marilene: A cidade é dividida mesmo pela linha do trem, e havia realmente uma separação da cidade, por isso usamos a expressão “do lado de lá” e “do lado de cá”. O bairro Iguaçu por exemplo, no início da década de 60, era uma fazenda e só haviam 14 casas, assim como o bairro Bethânia que era chamado de Fazenda Bethânia que logo em seguida foi loteado. As transformações que aconteceram em Ipatinga foram nos 16 anos da administração do PT, quando Chico Ferramenta se reelegeu ele inverteu a situação. Ao invés de cuidar dos bairros de lá, passaram a cuidar dos bairros de cá. E hoje não percebemos tanto essa diferença. Com o terceiro mandato petista, João Magno construiu o novo centro que antes era a Rua do Buraco. Uma coisa muito interessante que poucas pessoas sabem é que o Parque Ipanema e o Ipatingão foram construídos para unir os dois “lados”, sendo um espaço de socialização. O “lado de lá”(mais ricos) passaram a vir para o “lado de cá”(mais pobres).

Grupo: Em sua opinião, os bairros em Ipatinga foram construídos de maneira hierárquica?Marilene: Ipatinga é uma das poucas cidades em Minas Gerais que foi projetada, por um arquiteto chamado Rafael Hardy. Ipatinga tem a Usina no meio da cidade, “o lado de cá” que são os bairros espontâneos, de loteamento privado e “o lado de lá” construído de acordo com as profissões. O Castelo onde moraria a chefia da Usiminas, O Cariru onde moraria os engenheiros, no Horto morariam os técnicos, o Santa Mônica onde era o alojamento de solteiros, o Amaro Lanari que na época se chamava candangolândia e o Bom Retiro era o bairro dos operários. Até hoje ainda há reflexo dessa hierarquia, a usina separou a cidade em duas. “O lado de cá e o lado de lá da linha.”

Grupo: Houve dificuldades na construção da cidade?
Marilene: Muitas. Quando a Usiminas chegou, Ipatinga era uma vila, tinha a estação ferroviária e em torno de 40 casas ao redor da estação e a partir daí vieram 15000 homens para construir a empresa, gerando vários problemas de infra-estrutura, como a falta casas e alojamentos, no centro havia um lugar que se chamava Rua do Buraco, constituído por vários barracos. Faltava tanta coisa em Ipatinga, que as pensões alugavam camas em revezamento de turnos, quem trabalhava a noite, dormia durante o dia e era alugada uma cama para duas pessoas. A Usiminas tinha um restaurante que fazia 5000 refeições, mas não era o suficiente pela quantidade de gente que trabalhava na área.

Grupo: Qual foi o primeiro prefeito de Ipatinga?
Marilene: Délio Baeta. Ele não foi eleito, na época a cidade emancipou e ele foi indicado. O primeiro prefeito eleito foi Fernando Coura.

Grupo: Como a implantação da Usiminas alterou a vida dos moradores da região?
Marilene: A Usiminas é responsável pela construção de Ipatinga, porque antes era apenas um distrito pertencente a Coronel Fabriciano, portanto todo o crescimento da cidade é devido a empresa. É evidente que tem problemas mas se não fosse a Usiminas, Ipatinga seria uma cidade menor, rural, como outras da região.

Grupo: Você acha que esses trabalhadores que antes eram lavradores tiveram oportunidade de crescer junto com a empresa?
Marilene: Quando estava fazendo a pesquisa sobre o Massacre, a gente discutia muito isso, pois escrevo “A formação da classe operária de Ipatinga”, pois acredito que as pessoas que vieram aqui na sua maioria eram lavradores. A classe operária se forma em Ipatinga, não há pesquisas sérias que comprovem isso, mas pelo depoimento das pessoas, os primeiros trabalhadores vieram do campo e quando começou a construção da Usiminas eles vieram para Ipatinga. Muitos começaram na obra, com trabalho braçal e com o tempo eles foram fichados pela empresa. Um fato curioso é que eles espalhavam propagandas chamando trabalhadores para virem. Por exemplo, no trem que vai pra Vitória eles colavam cartazes anunciando vagas para emprego, mandavam cartazes para o Mato Grosso, Goiás, pois faltavam trabalhadores, já que a construção da Usiminas coincide com a construção de Brasília, então era momento de grande obras.Os japoneses imigrantes que vieram faziam parte dos cargos especializados, engenheiros, administradores, mas a mão de obra era daqui da região.

Grupo: Quando a empresa começou a substituir a mão de obra braçal por máquinas?
Marilene: A Usiminas começou a ser construída em 1959, então era preciso mão de obra braçal e máquinas pesadas(tratores, caminhões). Em 62 ela entrou em operação. A primeira crise de desemprego que ocorre aqui foi em 72 com clima de fim de obra. A empresa aproveitou parte da mão de obra, mas grande parte foi demitida. Na época da privatização também houveram sérios problemas de desemprego, pois antes da Usiminas ser privatizada, ela passou por um processo chamado “reengenharia”, ela tinha 12000 funcionários e passou a ter 7000. Hoje ela tem uma produtividade muito maior e o número de empregados e praticamente a metade do que já foi e isso graças à tecnologia.

Grupo: Você pode falar um pouco sobre o seu livro pra gente?
Marilene: O meu livro é sobre o Massacre de Ipatinga, um episódio ocorrido em 7 de outubro de 1963, que foi silenciado na cidade. Como professora de História eu sempre tive a curiosidade, o interesse de compreender o assunto e relacioná-lo ao que estava acontecendo no Brasil, que era a época pré-golpe de 64. Foi um conflito ocorrido entre operários da Usina e policias militares, que teve vários motivos, principalmente, os baixos salários, a jornada de trabalho cansativa e maus tratos em geral. Foi muito difícil encontrar material sobre o assunto aqui em Ipatinga, porque o caso foi silenciado, era proibido falar sobre isso. Só em Belo Horizonte eu encontrei jornais da época que reportaram o tema, como o Globo, o Jornal do Brasil. O local do tiroteio foi onde é hoje o Shopping do Vale e os policias foram atirando de lá até um dos lados da ferrovia. O Shopping, inclusive, foi construído lá como uma forma de fazer as pessoas esquecerem as más recordações do lugar.

Aspectos sócio-culturais de Ipatinga

VÍDEO-DOCUMENTÁRIO: O TREM DO VALE

O vídeo-documentário: O Trem do Vale "Os heróis anônimos da Centenária Estrada de Ferro Vitória a Minas” , do diretor Sávio Tarso, foi lançado em 2003. "Trem do Vale" tem como realizador Grupo Cultural Roda Viva, e foi apoiado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura e patrocinado pela Usiminas.


ENTREVISTADOS DO FILME
Vadinho (Historiador) - Estudou sobre a construção da linha no Vale do Aço.
Gerônimo (Antônio Dias) - Foi operário na construção da linha.
Zeza (ipatinga) - Foi fundionário da ferrovia. O trabalho, segundo ele, era muito difícil, os operários trabalhavam sem comer, na chuva, ou seja, sem nenhum cuidado, por isso muitos morriam.
Zé Letro (Antônio Dias) - Foi um operário que viu muitos baianos trabalhando e morrendo em poucos dias, segundo ele a cada dois metros da linha, representava uma vida perdida.
Solu (Antônio Dias) - Muitos operários eram de Antônio Dias, pois o curso primário da cidade era muito bom, se a pessoa não trabalhasse na construção da linha, ela virava músico.
Dona Maria e Gaspar (Cachoeira Escura) - Gaspar era botero do Naque. Sua esposa, Dona Maria, conta que antigamente via vários animais, mas que hoje todos sumiram, por causa da linha do trem.
Tião (Cachoeira Escura) - Conta um caso que desencadeou uma lenda. O trem teria parado um dia por causa de uma luz forte que passou por cima dele, segundo ele, essa luz tirou toda a energia do trem. Para os trabalhadores do trem aquela luz era alienígena.


AS MANIFESTAÇÕES E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO INÍCIO DA ESTAÇÃO PEDRA MOLE

No início do século XX, a atividade econômica principal era a cultura de subsistência e a pecuária. Em 1901, com a criação da Companhia Estrada de Ferro Vitória Minas, o engenheiro Pedro Nolasco foi contratado para projetar uma estrada margeando o Rio Doce, que fosse do litoral até Diamantina. Sete anos mais tarde, um estudo informa o alto teor de ferro nas jazidas de minério de Itabira. O interesse internacional dos ingleses altera o projeto original da ferrovia, para facilitar o escoamento da produção para o Porto de Vitória, que seria levado em direção à Europa.
Com o avanço da Estrada de Ferro Vitória a Minas, o estabelecimento da população nas circunvizinhanças de suas estações deu origem a inúmeros núcleos populacionais. Além do transporte de passageiros e cargas, viajantes estabelecidos em várias regiões, tinham nas estações uma possibilidade de escoamento rápido de seus produtos para outros centros comerciais. Assim se deu o início da efetiva ocupação da região de Ipatinga, através dos trilhos da estrada de ferro, fixando comerciantes e toda a sorte de aventureiros ao redor da estação, atraídos pelas oportunidades que os trilhos traziam.
A primeira estação foi a de Pedra Mole, inaugurada em 22 de agosto de 1922. Inaugurada a Estação, o primeiro a fixar pouso foi, segundo Waldemar de Almeida Barbosa, (cit.) José Fabrício Gomes, desbravador de matas, que se apossou de uma área de terrenos e matas virgens, cuja área abrangia o local onde hoje é Ipatinga, com a intenção de explorar madeira. Pouco tempo depois, a posse foi passada para José Cândido de Meira, tendo este aumentado a atividade de extração de madeira. Posteriormente, Alberto Giovanini formou no local uma fazenda de gado, tendo construído boa casa e, nos terrenos férteis, o cultivo de lavoura, atraindo colonos para este trabalho. Em 1930, o trajeto da estrada de ferro foi alterado. A Estação de Ipatinga (atual Estação Memória) foi construída para substituir a de Pedra Mole, que desabou em virtude da instabilidade do terreno. Ao redor da Estação Ipatinga, surge o povoado.
O engenheiro Pedro Nolasco, um dos responsáveis pela construção da ferrovia, ao inaugurar a estação intermediária nas proximidades do rio Doce, deu a ela um nome artificial, unindo os topônimos Ipa, de Ipanema, ribeirão vizinho e Tinga, as duas últimas sílabas do município vizinho, Caratinga. (BARBOSA: 1995:154) Por serem ambas as palavras de origem indígena pode até ser viável especular um significado para o topônimo como sendo “lagoa clara” ou “lagoa de águas claras”, mas é fato que o nome possui natureza artificial, dada em virtude da estação.
Em 1934, a Belgo-Mineira adquiriu as terras da fazenda de Giovannini, objetivando a exploração do carvão vegetal, para alimentação de seus fornos, dando impulso maior à pequena povoação. (BARBOSA 1995; DIÁRIO DO AÇO: 1999)
Em Ipatinga, assim como em grande parte das cidades mineiras do início do século XX, os pioneiros chegaram com a ferrovia. Posteriormente outros vieram para a exploração de carvão vegetal, alimento dos alto-fornos siderúrgicos da Belgo-Mineira e Acesita, em meados da década de 20 à década de 50. Junto com os carvoeiros, chegavam os tropeiros que se misturavam aos fazendeiros e sitiantes. Com o crescimento da povoação, foi necessária a criação do Distrito de Ipatinga, pertencendo ao Município de Coronel Fabriciano, através da Lei Estadual 1.039 de 12 de dezembro de 1953. O referido Distrito deixava de pertencer ao município de Antônio Dias
Com o crescimento rápido, tornou-se fundamental que Ipatinga tivesse autonomia administrativa, tomando ares de cidade. A pequena vila dependia diretamente dos interesses da sede, que era Coronel Fabriciano, e os moradores acusavam políticos fabricianenses de descaso administrativo para com o distrito. Resolveram então, em 1960, criar a Associação Amigos de Ipatinga, um grupo de pioneiros que seriam responsáveis pelo encaminhamento do processo de emancipação de lpatinga, garantidos pelas divisas que a Usiminas gerava. A Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou, em redação final, o projeto de revisão administrativa, que criou 237 novos municípios, entre eles estava Ipatinga (Lei estadual n° 2764, de 30 de dezembro de 1962), tendo sido vetada pelo Governado Magalhães Pinto a instalação dos municípios de Ipatinga e Timóteo, que enviou uma carta às comissões Pró-Emancipação de Ipatinga e Timóteo, informando o veto à sua emancipação e os seus motivos: afirmava que pretendia manter a unidade política, administrativa, econômica e financeira desse pólo siderúrgico.
Somente em 29 de Abril de 1964 é que ocorre a emancipação do Município de Ipatinga. A partir daí, o distrito de Barra Alegre, então pertencente a cidade de Antônio Dias, passa a somar suas terras ao novo município de Ipatinga. Ainda em 1964, é indicado um intendente para organizar o processo eleitoral de 1965. As primeiras eleições para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereadores seriam realizadas, para serem empossados, em dezembro do mesmo ano, iniciando assim a vida política da cidade.


SITUAÇÃO ATUAL DO VALE DO AÇO


Características geográficas de Ipatinga
Área 165,509 km²
População 244.508 hab. est. IBGE/2009 [2]
Densidade 1.447,3 hab./km²
Altitude 220 m
Clima tropical de altitude Cwa
Fuso horário UTC-3
Indicadores
IDH 0,806 elevado PNUD/2000 [3]
PIB R$ 5.509.973.000,00 (BR: 71º) - IBGE/2007 [4]
PIB per capita R$ 23.113,00 IBGE/2007 [4]

Indicadores sociais
Índice de analfabetismo: 2,8%
Mortalidade infantil: 15/1.000
Índice de abastecimento de água: 100 %
Índice de coleta de esgoto: 100 %
Área verde por habitante: 1270 m²
Vias asfaltadas: 98%


RMVA - REGIÃO METROPOLITANA DO VALE DO AÇO
A região metropolitana do Vale do Aço, criada pela Lei Complementar número 51/98, é um aglomerado urbano formado por quatro cidades: Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo. Os quatro municípios se uniram para buscar soluções inovadoras para os problemas comuns. A forma de organização da Região Metropolitana é moderna e democrática, respeitando a autonomia de todos os municípios participantes. No entorno da Região Metropolitana estão 22 cidades que integram o Colar Metropolitano.




CARACTERÍSTICAS SÓCIO-CULTURAIS ATUAIS

EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER

1. EDUCAÇÃO INFANTIL, FUNDAMENTAL E MÉDIO
Ipatinga possui 26 escolas estaduais com 23 818 alunos matriculados no Ensino Fundamental e Médio, 37 escolas municipais com 21 930 alunos matriculados na educação especial, Educação Infantil e Ensino fundamental, 76 escolas particulares com 16 604 alunos matriculados na Educação Infantil, Ensino fundamental e Médio., um total de 13 962 352 alunos – fonte: SIME- Sistema Municipal de Educação.


1.1. Projetos:
. PROALE – Projeto de Alfabetização e Letramento: Criado em 2005, o projeto foi implantado após diagnóstico aplicado em março de 2005 para alunos de 8, 9 e 10 anos. Mil e duzentos alunos tiveram o tempo de permanência na escola aumentando em mais duas horas diárias, com a finalidade de vencer as etapas básicas de alfabetização e conhecimentos elementares da matemática.
. PLANTE – Plantão Educativo: Criado em 2005, com a finalidade de oferecer recuperação para os alunos de 11 a 14 anos (3° e 4° ciclos) que obtiveram conceito 1 (o a 25%) em Português e Matemática no primeiro bimestre. O aluno tem uma hora a mais de aula, quatro dias por semana.
. Inclusão Digital: Criado em 2005, as escolas foram equipadas com
. Mesas Pedagógicas – My Kid’s, Mesa Alfabética e Togheter, e contam também com um amplo acervo de softwares educativos. No final do ano foi inaugurado o Portal Aprende Brasil, que permitirá aos alunos e professores da rede municipal acesso a internet, pesquisas e outras propostas educativas.
. “Por Amor aos Nossos Filhos”: Criado em 2005, foi idealizado a partir da necessidade de se apoiar os pais diante das dificuldades e preocupações que envolvem a difícil tarefa de educar os filhos. O grupo se reúne periodicamente, após as 18 horas, na Prefeitura Municipal de Ipatinga, participa de palestras, recebe orientações e apoio diante da exposição de seus problemas a profissionais especializados, como psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, entre outros.


1.2. Projetos da Educação Especial:
. COM-TATO: Trabalha com os alunos com baixa visão e cegos, na Escola Municipal Altina Olívia Gonçalves.
. Educação para Surdos: O projeto funciona na Escola Municipal Maria Rodrigues Barnabé. Além do atendimento aos alunos, oferta-se ainda o curso de LIBRAS para a comunidade.
. CENAM: Neste projeto o trabalho é realizado com os alunos matriculados na rede municipal que apresentam desvios de comportamento, distúrbios de aprendizagem e déficit perceptivo. Visa o desenvolvimento cognitivo além de valores morais, éticos e estéticos.


1.3 Cursos Superiores:
Destaca-se a vasta gama de instituições de ensino superior e a diversidade de cursos oferecidos no município.
. Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC (www.farv.com.br)
. Faculdade Pitágoras (www.faculdadepitagoras.com.br)
. UnilesteMG (www.unilestemg.br)
. Faculdade de Direito de Ipatinga - FADIPA
. Faculdade de Tecnologia - INED (www.faculdadeined.com.br)
. União Educacional do Vale do Aço – UNIVAÇO (www.univaco.com.br)
. Faculdade Evangélica de Teologia



2. BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL ZUMBI DOS PALMARES
A Biblioteca Pública Municipal Zumbi dos Palmares foi criada em 1966. Oferece amplo serviço de pesquisa aos usuários, em todos os níveis escolares. Possui um grande público para leitura. Mantém um curso anual de literatura para o vestibular da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Possui um variado acervo bibliográfico para atendimento ao usuário mais exigente, livros de literatura clássica, atual nacional e internacional; livros didáticos de todos os níveis, enciclopédias, revistas informativas, livros infanto-juvenis, gibis, fitas de vídeo e outros. Parceria feita com a USIMINAS garantiu a ampliação significativa do acervo bibliográfico e a criação da biblioteca sobre rodas “Menino Maluquinho”, com a aquisição de um ônibus apropriado para o atendimento ao usuário habitante de regiões distantes do centro da cidade. São disponibilizados filmes educativos para alunos das escolas da região e exposições literárias, redações, poesias e outros.


3. ESCOLA MUNICIPAL DE INICIAÇÃO TEATRAL ANTÔNIO GUARNIERI
Um espaço público para formar artistas como profissionais capacitados, cidadãos mais conscientes de seu papel na sociedade e para promover e difundir a arte-educação. A escola conta com monitores qualificados, atendendo crianças, adolescentes e adultos. Utilizando-se de técnicas baseadas em trabalhos de autores contemporâneos, as aulas são teóricas e práticas, e abordam assuntos como teoria musical, expressão corporal, iniciação à técnica de circo e de teatro. O ingresso na escola é realizado geralmente no início de cada ano, quando são abertas as inscrições para testes. É importante que o aluno esteja matriculado e freqüentando a escola. O curso tem duração de 1 ano e é gratuito.


4. CENTRO ESPORTIVO E CULTURAL 7 DE OUTUBRO
O C.E.C. 7 de Outubro foi inaugurado em 1991, com objetivo de socializar a prática de esporte no município, para atender crianças, adolescentes e grupos da Terceira Idade de baixa renda, oferecendo escolas de aprendizagem em várias modalidades como: Basquete, voleibol, handebol, futsal, futebol de campo, capoeira, karatê, judô, xadrez, dama, teatro, taekwon-do, dança, ginástica olímpica, trampolim acrobático, Iniciação desportiva universal-IDU e atividades para a terceira idade. Atende aproximadamente 3.000 alunos e é mantido pela Prefeitura Municipal de Ipatinga, através de convênio celebrado com o Centro Universitário do Leste de Minas-UNILESTE.


5. ESTÁDIO MUNICIPAL “EPAMINONDAS MENDES BRITO” – IPATINGÃO
O Estádio Municipal foi inaugurado em 1982, tem capacidade para 35.000 torcedores, é considerado o 3° maior e melhor do Estado, localizado no Parque Ipanema, palco de grandes eventos.


6. ESCOLA DE MÚSICA TOM
Escola de Música Tenente Oswaldo Machado fundada em 1994, possui 800 alunos matriculados, uma banda de música e dois corais, adulto e infantjuvenil.


7. PARQUE DA CIÊNCIA
Localizado no Parque Ipanema, tem atraído visitantes de várias cidades, contribuindo para o turismo científico no município e estimulando vocações. O Parque da Ciência de Ipatinga possui cerca de oitenta montagens em seu acervo que propiciam aos visitantes a compreensão dos conceitos científicos adquiridos ao longo da história da ciência. O Parque da Ciência conta com uma Infoteca, que oferece cursos aos professores e alunos de baixa renda da rede municipal, ministrado e forma prática, visando auxiliar o trabalho do professor na sala de aula e a propiciar ao aluno sua inclusão digital.


8. ESTAÇÃO MEMÓRIA
A estação Ferroviária de Ipatinga foi construída em 1930 e desativada em 1951.Reinaugurada em 1992 como Estação Memória, passou a ser um núcleo referencial de preservação e proteção da memória cultural do município. Seu acervo documental inclui registros de diferentes momentos culturais, políticos e artísticos de Ipatinga, reproduções de documentos manuscritos e impressos, livros e revistas relacionadas à cidade de Ipatinga, objetos originados da CVRD-Companhia Vale do Rio Doce e obras de arte inspiradas na cultura local. Além de tratar de uma unidade de memória, desenvolve projetos voltados para as artes, especialmente as plásticas. Para exposição de trabalhos artísticos, o interessado deverá entrar em contato com a unidade para agendamento.

9. ESPAÇOS CULTURAIS E DE LAZER
.Academias de Ginásticas: 09
.Campos de Futebol: 36
.Centro Cultural: 37
.Centro de Biodiversidade (USIPA): 02
.Cinemas: 03
.Clubes Recreativos: 15
.Estádios: 03
.Feira de Artesanato: 01
.Ginásios Cobertos: 04
.Kartódromo: 01
.Parques: 03
.Praças: 85
.Quadras de Esportes: 78
.Shopping: 01
.Teatros: 03


10. BENS TOMBADOS PELO PATRIMÔNIO

Atualmente o município tem se utilizado de dois importantes instrumentos de preservação da memória: o tombamento e o inventário. O inventário é feito anualmente, consistindo em um levantamento dos bens de interesse histórico-cultural. Diferentemente do tombamento estes bens não são protegidos por lei; sendo elaborado apenas um registro documental sucinto dos bens por meio de fotos, textos e relatos históricos, entre outros documentos e suportes de mídia. Existem atualmente 49 bens inventariados em Ipatinga. A cada ano, em razão dos novos levantamentos e registros, esse número aumenta. Já o tombamento é um recurso que possibilita a real preservação física do bem material que seja de interesse histórico-cultural, através de embasamento legal. Qualquer pessoa pode sugerir o tombamento de um bem. Existem na cidade 16 bens tombados, todos em nível municipal. Na cidade não há bens tombados em nível estadual ou nacional.


Igreja Católica Nossa Senhora da Esperança
Decreto/Lei: Decreto 1.443 de 30/12/1981
Propriedade/responsável: Paróquia do Bairro Horto
Endereço: Av. Castelo Branco, 689, Bairro Horto, área urbana.


Igreja São Vicente de Paula - Ipaneminha
Decreto/Lei: Decreto 3.580 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: Igreja Católica/Comunidade do Ipaneminha
Endereço: Largo da Igreja - Rua Principal, s/n°, Ipaneminha, área rural do
Distrito de Barra Alegre.


Ruínas da Estação de Pedra Mole
Decreto/Lei: Decreto 3.575 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: Usiminas
Endereço: Margem esquerda do Rio Piracicaba, entre os bairros Castelo e Cariru, área urbana.



Complexo Turístico Estação Pouso de Água Limpa
Decreto/Lei: Lei 1.727 de 04/11/1999
Propriedade/responsável: Prefeitura Municipal de Ipatinga
Endereço: Margem direita do Ribeirão Ipanema, s/n°, Centro, área urbana.

Parque Ipanema
Decreto/Lei: Lei 1.763 de 24/03/2000
Propriedade/responsável: Prefeitura Municipal de Ipatinga
Endereço: Entre a Av. Burle Marx e a margem direita do Ribeirão Ipanema,
s/n°, Parque Ipanema, área urbana.


Árvore Figueira (Ficus elastica)
Decreto/Lei: Decreto 2.662 de 17/04/1990
Propriedade/responsável: Pública/Prefeitura Municipal de Ipatinga
Endereço: Av. Japão, esquina com Rua Nicarágua, bairro Cariru, área urbana.


Árvore Ipê Peroba (Paracotema peroba)
Decreto/Lei: Lei 3.574 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: Pública/Prefeitura Municipal de Ipatinga
Endereço: Rua Serra Estrela, esquina com Rua Aracaju, bairro Jardim
Panorama, área urbana.


Estação Ferroviária (Estação Memória- antiga Estação Ipatinga)
Decreto/Lei: Decreto 1.442 de 30/12/1981)
Propriedade/responsável: Pública/Prefeitura Municipal de Ipatinga
Endereço: Rua Belo Horizonte, esquina com Rua Montes Claros, 272,
Centro, área urbana.


Casas dos Ferroviários
Decreto/Lei: Decreto 3.577 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: Privada
Endereço: Av. Londrina, 270/282, Bairro Veneza, área urbana.

Pontilhão de Ferro (sobre o Ribeirão Ipanema)
Decreto/Lei: Decreto 3.578 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: CVRD/Prefeitura Municipal de Ipatinga
Endereço: Rua Belo Horizonte, Centro, área urbana.


Grande Hotel Ipatinga
Decreto/Lei: Lei 1.762 de 24/03/2000
Propriedade/responsável: Usiminas
Endereço: Rua Antares, 950, Bairro Castelo, área urbana.

Teatro Zélia Olguim
Decreto/Lei: Lei 1.765 de 24/03/2000
Propriedade/responsável: Usiminas
Endereço: Av. Itália, s/n°, Bairro Cariru, área urbana.


Academia Olguim
Decreto/Lei: Lei 1.764 de 24/03/2000
Propriedade/responsável: Usiminas/Academia Olguim
Endereço: Rua Ipê, 763, Bairro Horto, área urbana.

Fazendinha (antiga sede da Fazenda do Barbeiro)
Decreto/Lei: Decreto 3.576 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: Usiminas/Rotary Clube
Endereço: Av. José Júlio da Costa, 2.835, Bairro Ferroviário, área urbana.


Clube Dançante Nossa Senhora do Rosário (Sede do Congado do Ipaneminha)
Decreto/Lei: Decreto 3.579 de 03/09/1996
Propriedade/responsável: Comunidade/Grupo de Congado do Ipaneminha
Endereço: Núcleo urbano do povoado de Ipaneminha, área rural do Distrito
de Barra Alegre.


Maciço de Pedra Branca
Decreto/Lei: Edital de tombamento de 11/04/2003
Propriedade/responsável: Vários-privada
Endereço: Povoado de Pedra Branca, área rural do Distrito de Barra Alegre.

Entrevista com o diretor do filme “O trem do vale” , Sávio Tarso.

Sávio Tarso, que é Mestre em História, começou com sua produção em 2001, com o filme sobre a Estrada das Lavadeiras. No ano seguinte, foi a vez de tratar sobre as dificuldades encontradas pelos congandeiros no Ipaneminha, num trabalho intitulado Monarquia Siderúrgica. Em 2003, o diretor ipatinguense realizou o seu maior trabalho até então, chamado O Trem do Vale.
No ano de 2005, o tema da vez foi o documentário sobre os Catadores de materiais reciclavéis do Vale do Aço. Em 2006, em parceria com o jornalista Hugo Siqueira, foi a vez de buscar as histórias da antiga Zona Boêmia do Juá. Após esse trabalho, o diretor ipatinguense se dedicou ao documentário “Frango com Quiabo e Coca-Cola”. Em março de 2010, Sávio Tarso lançou seu primeiro filme de ficção chamado “Casamento Negro”.

O trem do vale é um filme sobre a construção da estrada de ferro que ligava a cidade de Diamantina ao mar, na cidade de Vitória. Como o entrevistado afirma, esse filme é interessante porque conta a história do que deu origem à nossa cidade, considerada pelo autor o “espinho dorsal” da nossa região. A história é contada por heróis anônimos que fizeram parte de toda a construção. Pessoas humildes e esquecidas, mas não menos importantes para toda essa história da ferrovia.

O diretor afirma que antigamente muitas pessoas não tinham identidade com a cidade. Há uns 40 ou 50 anos, o município era apenas um campo cheio de mato e sem nenhuma infraestrutura para se viver. Muitas pessoas vinham apenas para trabalhar e acabavam indo embora depois de tudo finalizado. Hoje essa situação é totalmente diferente. Ipatinga tem melhores condições de vida, o que atrai várias pessoas a se mudarem para cá, não só pela existência da Usiminas, mas também pela boa qualidade de vida que temos na cidade.

segunda-feira, 29 de março de 2010

ASPECTOS HISTÓRICOS

Objetivos da construção da estrada: Para impulsionar a produção nacional e o crescimento do interior do país, o governo federal lançava incentivos para a construção de ferrovias ligando as diversas regiões nacionais, com o objetivo de trazer as riquezas para o litoral e levar o progresso. Idéia inicial era construir uma ferrovia partindo do litoral capixaba rumo a Diamantina, no interior mineiro, para escoar toda a produção agrícola, de pedras preciosas e de madeira.
Motivos do desvio: Em 1901, com a criação da Companhia Estrada de Ferro Vitória/Minas, o engenheiro Pedro Nolasco foi contratado para projetar uma estrada margeando o Rio Doce, que fosse do Porto até Diamantina. Sete anos mais tarde, um estudo informa o alto teor de ferro nas jazidas de minério de Itabira. O interesse internacional dos ingleses altera o projeto original da ferrovia, para facilitar o escoamento da produção para o Porto de Vitória, que seria levado em direção à Europa.
Dificuldades enfrentadas durante a construção: Os registros dão conta de que a ferrovia travou uma batalha formidável para vencer distancias enormes e a insalubridade das regiões, cobertas de florestas e brejos. Os mosquitos, as altas temperaturas, as chuvas, a malária, a febre e o desconforto se opunham ao avanço dos trilhos, o que gerava grande dificuldade para os trabalhadores.
Conseqüências da construção para o Vale do Aço: Foi muito importante para a construção de cidades de médio porte no interior de Minas, como no Vale do Aço, cujo crescimento industrial só foi possível pela existência da ferrovia. Além de ser importante pelo fato de ser utilizada como transporte do minério das siderúrgicas do Vale do Aço, aço, carvão, calcário, granito, ferro-gusa, madeira, celulose e cargas diversas, o que possibilita um grande desenvolvimento econômico para cidade.
Origem dos Trabalhadores: Pelo fato dos sertanistas não terem muita disposição para enfrentar as matas, era preciso busca trabalhadores de fora. Então a solução foi priorizar a mão de obra que estava ociosa na construção da ferrovia Bahia - Minas no Vale do Jequitinhonha, para trabalharem na ferrovia Vitória - Minas.

Aspectos naturais


CLIMA
Clima tropical de altitude
Umidade relativa do ar varia de 78,2% no inverno a 84% no verão.
Média anual de precipitação: 1260mm
Temperatura media (2009)- 21,6ºC
Mínima temperatura média (2009): 15,9ºC
Máxima temperatura media (2009)27,2ºC

RELEVO
Altitude (área urbana): 220 metros
Topografia: Plano: 55%, ondulado: 30%, montanhoso: 15%

Flora
ANTES: A Mata Atlântica ocupava todo o território, a vegetação era densa e permanentemente verde, devido ao grande índice pluviométrico. Encontrava-se nesse ambiente muitas bromélias, cipós, samambaias, orquídeas e liquens, além de arvores de grande porte como cedro, ipê, jatobá, jequitibá etc.
AGORA: A mata ocupa áreas, sendo duas mais importantes: o Parque do Rio Doce, que fica na divisa do município, e a APA Ipanema, área de prevenção ambiental com 74Km² ás margens do Ribeirão Ipanema.


Fauna:

ANTES: Havia uma imensa variedade de mamíferos (macacos, preguiças, capivaras, onças), de aves (araras, papagaios, beija-flor), de répteis, de anfíbios e diversos invertebrados.
AGORA: A maioria dos animais que havia desapareceu, os que restaram estão principalmente em áreas de preservação ambiental.


A criação de unidades de conservação ocorre para a conservação e preservação de áreas de relevante valor ambiental, fundamentais na melhoria da qualidade de vida da população e também na manutenção dos recursos naturais.
O parque Estadual do Rio Doce, criado em 14 de julho de 1944, situado em Minas Gerais, Brasil, se localiza no Vale do Aço, nos municípios de Timóteo, Dionísio e Marliéria, e é uma das principais regiões de proteção à biodiversidade do Estado, com a maior área contínua de Mata Atlântica preservada em Minas Gerais.
O Parque Estadual do Rio Doce é um dos três maiores sistemas de lagos que existem no Brasil, juntamente com o pantanal mato-grossense e o sistema Amazônico. O sistema é denominado depressão interplanáltica do Rio Doce sendo constituído de 40 lagos, localizados em uma área de 35000ha a 300m de altitude.Os lagos estão localizados em uma floresta tropical úmida, a 20m acima do nível do Rio Doce, não apresentando conexão com o sistema fluvial. A pluviosidade media anual no PERD é de 1480,3mm, temperatura média anual 21,9ºC é período de déficit hídrico de maio a setembro.
Alem de ser importante área de preservação de biodiversidade em áreas de mata de interior, é utilizada para pesquisadores estudar a influência de espécies exóticos de animais que tem colaborado com mudanças nas cadeias alimentares.
Exemplos de espécies exóticas são peixes como o Tucunaré, a Piranha e o Apaiari.


Apa Ipanema
Objetivos:
I - assegurar a proteção dos recursos naturais locais;
II – promover a melhoria da qualidade de vida das comunidades integrantes a área;
III – estabelecer critérios de uso e ocupação de região;
IV – proteger a bacia de drenagem do ribeirão Ipanema pelo ordenamento

A APA IPANEMA comporta uma área de 74 Km², apresentando delimitação de acordo com o desenho U 474 da PMI, parte integrante desta Lei, cujo perímetro encontra-se descrito a seguir: A APA IPANEMA abrange a bacia hidrográfica do Ribeirão Ipanema, considerando todo seu conjunto afluente até a porção jusante da foz do Córrego Santa Cruz e do Córrego Limoeiro, enquanto pela margem esquerda abrange o divisor de águas entre o Córrego Chácara Madalena e o Córrego dos Meninos, local onde localiza o Centro de Treinamento Giancarlo Vella, a partir de onde contorna a área urbana dos Bairros Chácara Oliveira, Bethânia e Granja Vagalume, atingindo a porção médio-alta do Córrego Taúbas, de onde sobe para o Alto Ipanema, ao longo da linha de crista das sub-bacias do Córrego dos Meninos, Pedra Branca, Tribuna, Ipanema descendo pelas cristas da margem direita, até atingir o divisor de águas entre o Córrego Santa Cruz e Limoeiro.






quinta-feira, 25 de março de 2010

Mapa regional de Ipatinga